Estudo do BID e da Finnovista recomenda criação de sandboxes regulatórios para as fintechs da América Latina

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Finnovista, organização que fomenta o desenvolvimento de startups financeiras, apresentaram os resultados do estudo ‘Empreendimentos Fintech na América Latina’. Além de constatar um acelerado surgimento de novas empresas baseadas em plataformas tecnológicas inovadoras, o trabalho revelou que este fenômeno também representa um desafio para os reguladores deste mercado em seus respectivos países.

Segundo o levantamento, existem atualmente 703 empreendimentos em 15 países, com uma oferta de soluções que inclui todos os segmentos e tecnologias observadas a nível global. O Brasil é o país com maior número de iniciativas, com 244 empresas segundo o último Radar do FintechLab, seguido do México com 180. A Colômbia ocupa o terceiro lugar com 84, seguida da Argentina com 72 e Chile com 65. Esses cincos países concentram quase 90% da atividade Fintech na América Latina. Três em cada cinco empresas Fintech foram criadas entre 2014 e 2016.

Em comunicado enviado à imprensa , o BID afirma que para se desenvolver e conseguir maior impacto, o setor necessitará aprofundar o diálogo entre os empreendedores e os responsáveis por políticas e regulação. O estudo recomenda, por exemplo, a criação de sandboxes regulatórios em que as Fintech podem operar, avaliar seus modelos de negócio e oferecer seus produtos em ambientes monitorados, assim como permitir uma transição suave para os empreendimentos e seus entes de controle rumo a uma regulação e supervisão adequada.

Outra tendência recomendada é a criação de algum tipo de institucionalidade pública que sirva de interlocutor entre a indústria e os responsáveis pela formulação de políticas.

“Os países melhor preparados em termos regulatórios poderão aproveitar o impacto que as Fintech podem oferecer”, disse Juan Ketterer, chefe da divisão de Conectividade, Mercado e Finanças do BID. “Nesse sentido, o tempo é um fator chave, considerando a velocidade com que essas empresas estão se desenvolvendo. Vários governos da região estão considerando o desenvolvimento das Fintech como um dos pilares para reduzir a exclusão financeira”.

Uma em cada quatro empresas operam como plataformas alternativas de financiamento, oferecendo empréstimos, financiamento colaborativo (crowdfunding) ou financiamento por meio de intermediação de faturas. Outra quarta parte opera como empresa de pagamentos. Entre as demais, há segmentos como gestão de finanças empresariais e pessoais, gestão patrimonial, seguros e bancos digitais. Para ter acesso ao estudo completo clique aqui.