Maiores bancos centrais do mundo não têm pressa para regular fintechs

Em um relatório divulgado em fevereiro, o Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (BCBS), órgão que reúne os bancos centrais das 27 principais economias do mundo, do qual o Brasil faz parte, afirmou não existir a necessidade de seus membros realizarem imediatamente alterações em suas regras para se adaptar ao funcionamento das fintechs. O principal argumento é que os volumes de investimentos assim como de produtos e serviços financeiros derivados de inovações das startups ainda são baixos em relação ao tamanho do setor global.

Apesar dessa constatação, segundo reportagem publicada pelo portal IP NEWS com informações da agencia Reuters, a entidade recomendou que os bancos centrais de cada país avaliem se seus funcionários estão sendo treinados adequadamente para acompanhar as mudanças tecnológicas nos serviços financeiros.

“O rápido ritmo de mudança das fintechs faz com que a avaliação do impacto potencial nos bancos e seus modelos de negócios seja desafiadora”, diz o documento do BCBS.

Citando o relatório, a reportagem diz que os bancos centrais têm evitado impor uma forte regulamentação em seus respectivos ecossistemas fintechs por reconhecerem que se tratam de setores novos. O comunicado afirma que as autoridades têm interesse em manter seus centros financeiros atraentes para iniciantes, dado o potencial de empregos e crescimento que eles apresentam.

O BCBS revelou que considera exagerada a avaliação de alguns analistas que projetam um cenário no qual os bancos se tornem irrelevantes à medida que fintechs se tornam protagonistas dos serviços financeiros por oferecerem serviços de pagamentos, crowdfunding, bancos digitais e comércio online.

“Um tema comum em vários cenários é que os bancos terão dificuldade de manter seus atuais modelos operacionais, dada a mudança tecnológica e as expectativas dos clientes”, diz o relatório. “Como resultado, o alcance e a natureza dos riscos e atividades dos bancos estão mudando rapidamente e as regras que os governam também precisam evoluir”, avalia.