Banco Mundial mostra serviços financeiros pelo celular reduzindo a pobreza

O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, apresentou ontem (19) em Washington (EUA) a mais nova versão do relatório Global Findex, um amplo conjunto de dados sobre como as pessoas em 144 economias usam serviços financeiros. Nesta edição ele aborda números referentes ao ano de 2017. O trabalho é produzido pelo Banco Mundial com financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates e em colaboração com a Gallup, Inc.

Entre as principais constatações ganhou destaque a informação de que o uso de telefones celulares para operações como receber o salário, pagar contas, transferir dinheiro e outras pode potencializar a inclusão financeira para melhorar a vida das pessoas e combater a pobreza.

“Os novos dados sobre a propriedade de telefones celulares e o acesso à internet mostram que existem oportunidades sem precedentes de usar a tecnologia para alcançar a inclusão financeira universal”, disse Jim Yong Kim.

O relatório ainda mostrou que dois terços do 1,7 bilhão de adultos fora dos bancos possuem um celular e 480 milhões têm acesso à internet. Segundo o estudo, cerca de 230 milhões de adultos sem contas bancárias recebem seu salário em dinheiro, e 78% deles têm celular. No âmbito rural, aproximadamente 235 milhões de adultos fora dos bancos recebem pagamentos em dinheiro.

Na América Latina e no Caribe, o amplo acesso à tecnologia digital poderia permitir o rápido crescimento do uso de tecnologia financeira. Nestas regiões 55% dos adultos possuem um telefone celular e têm acesso à internet, 15 pontos percentuais acima da média do mundo em desenvolvimento. Desde 2014, a proporção de adultos que recebem pagamentos digitais aumentou cerca de 8 pontos percentuais ou mais em economias como Bolívia, Brasil, Colômbia, Haiti e Peru. Cerca de 20% dos adultos com uma conta usam o celular ou a Internet para fazer uma transação por meio de uma conta na Argentina, no Brasil e na Costa Rica. Ao digitalizar os pagamentos em dinheiro nestes locais, as empresas podem expandir a propriedade da conta para até 30 milhões de adultos sem banco – quase 90% dos quais possuem um telefone celular.