BC deve ter em agosto projeto para regulamentar pagamentos instantâneos

Um grupo de trabalho formado por mais de 90 instituições, coordenado pelo Banco Central (BC), deve apresentar em agosto um documento contendo o detalhamento dos requisitos fundamentais para o funcionamento do ecossistema de pagamentos instantâneos no Brasil. O conceito se refere a toda transferência eletrônica de recursos na qual a transmissão da mensagem de pagamento e a disponibilidade de fundos para o recebedor ocorrem em tempo real.

Em nota publicada no portal do próprio BC, o Chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) da instituição, Flávio Tulio Vilela, explicou que o órgão trabalha com a hipótese de o celular do cliente ser a única informação necessária para iniciar o pagamento, o que viabilizaria a transferência de recursos com apenas um toque no celular.

Segundo ele, também é imaginável que a leitura de um QR Code permita a transferência interbancária de recursos da conta do pagador diretamente para a conta do estabelecimento. “As novas ferramentas devem buscar o aumento da conveniência e da usabilidade que é a simplicidade de uso para todos os envolvidos na transação de pagamento”, disse.

Outro critério importante é que o serviço deve estar disponível 24 horas por dia em todos os dias do ano, inclusive fins de semana e feriados. Além disso, os pagamentos instantâneos podem ser utilizados para transferências entre pessoas (transações P2P – person to person), entre pessoas e estabelecimentos comerciais (transações P2B – person to business) e entre estabelecimentos (transações B2B – business to business), além de transações envolvendo órgãos governamentais.

Flávio Tulio Vilela afirma que é possível que sejam desenvolvidas soluções específicas para nichos, mas é desejável que o ecossistema de pagamentos instantâneos no país preveja o uso amplo dessa modalidade.

As soluções de pagamento instantâneo também deverão ter estrutura de governança bem definida e que prevejam acesso e tratamento igualitário a todas as instituições financeiras e instituições de pagamento.

Entre as instituições que participam do grupo que está encarregado de redigir o documento estão associações representativas, instituições bancárias, instituidores de arranjos de pagamento, instituições de pagamento, cooperativas, entidades governamentais, infraestruturas do mercado financeiro, fintechs, marketplaces, consultorias e escritórios de advocacia. A primeira reunião ocorreu no último dia 10, no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília.