Insurtech de apólices personalizadas para pequeno e médio produtor rural é homologada

A PIN Seguradora (ex-InnTech) anunciou ontem (7) que recebeu a homologação pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) para atuar no mercado de seguro agrícola. A partir desta fase, a empresa, que usa alta tecnologia para uma precificação mais adequada do seguro voltado ao agronegócio, deve receber a autorização final para operar em todo o país dentro de algumas semanas.

O sistema criado pela PIN reúne diversas informações do agronegócio nacional e dados públicos como clima, tipo de solo, época de plantio, entre outros para possibilitar aos produtores, principalmente os de pequeno e médio porte, simular apólices de seguro de maneira personalizada, ou seja, de acordo com a sua realidade. A tecnologia usa imagem de satélite e outras informações para análise de risco de alta precisão.

De acordo com matéria publicada no portal SEGS, a PIN tem um plano de crescimento acelerado para os próximos anos. A expectativa da empresa é segurar R$ 120 milhões nos primeiros 12 meses de operação e atingir R$ 1 bilhão já em 2023. A insurtech vai iniciar a operação com foco na cultura da soja, mas deve ampliar a entrada em outras safras nos próximos anos, como a do milho verão e do milho segunda safra, entre outras. Ao final do ano passado, a insurtech foi uma das 21 empresas aprovadas na 2ª edição do Sandbox Regulatório da Susep.

Apesar de o Brasil ser o quarto maior produtor de grãos do mundo, apenas 20% da área de plantio é protegida por seguros. O potencial de crescimento é enorme quando comparado a economias como a da Índia onde 40% da área agrícola é segurada, a China, com 69% ou o Estados Unidos, com 89%. Além disso, nos últimos três anos, a importância segurada no Brasil saltou de R$ 12,5 bilhões para R$ 68,3 bilhões, representando um crescimento acumulado de 53% ao ano. No entanto, apenas 3% dos 5 milhões de produtores brasileiros estão protegidos por seguros agrícolas, prejudicando toda a cadeia produtiva do setor.

Para Juarez Gonçalves Dias, fundador e CEO da PIN Seguradora, a ineficiência ocorre pela falta de produtos adequados às diferentes realidades dos negócios agrícolas, uma vez que se baseiam em poucos dados para precificarem o risco das áreas seguradas. O executivo explica ainda que boa parte das seguradoras do Brasil considera apenas os dados do IBGE na hora de simular o preço de uma apólice, ignorando inúmeros fatores que interferem no risco previsto para determinado talhão, como o histórico de produtividade, a tecnologia empregada e os fatores climáticos.

“A falta de informações gera seleção adversa e desequilíbrio no setor, uma vez que o seguro pode se tornar barato e atrativo para produtores que possuem alto risco, mas, caro e impeditivo para produtores de áreas que possuem baixo risco. O resultado disso é que poucos produtores conseguem acessar o seguro, e os que conseguem possuem uma alta taxa de sinistralidade, tornando o seguro cada vez mais caro”, esclarece o CEO da PIN.