Movimentação de Banking As a Service por fintechs crescerá 1003% até 2031

Uma pesquisa sobre Banking as a Service na América Latina e Estados Unidos conduzida pela Celcoin, infratech financeira especializada em potencializar negócios, concluiu que, em números absolutos, as fintechs devem movimentar US$ 1,357 bilhão em BAAS em 2031. Este patamar de transações financeiras corresponderia a um aumento de 1003% na comparação com os US$ 123 milhões registrados no final de 2022. O trabalho tem como objetivo avaliar os desafios e oportunidades do setor de serviços financeiros nas regiões.

De acordo com o estudo, o segmento de Banking As a Service somava, em dezembro de 2022, US$ 1,08 bilhão, e era composto por bancos tradicionais (32,7% de market share), companhias não bancárias (24,32%), empresas governamentais (20,12%), fintechs (13,7%), e outros (9,14%).

A projeção dos responsáveis pela pesquisa é de que até o final de 2031, esse cenário deve chegar a US$ 8,89 bilhões, um aumento de 721%, e apresentar uma nova configuração de usuários, representados por: bancos tradicionais (31,2% de market share), companhias não bancárias (25%), empresas governamentais (22,17%), fintechs (15,25%), e outros (6,29%).  No mesmo período, bancos tradicionais devem movimentar 800% mais em operações do segmento.

“Nos últimos anos, temos acompanhado uma competição saudável entre o ‘tradicional’ e o ‘digital’, e entendemos que, além de impulsionar parcerias entre bancos e fintechs, o Banking as a Service (BaaS) proporciona uma transformação digital, sempre com o objetivo de oferecer soluções inovadoras para o cliente. Por exemplo, com o crescimento das plataformas white-label e das APIs (principalmente com o Open Banking), as instituições mais tradicionais passaram a apostar em fintechs e infratechs para ganhar agilidade, expertise e inovação – essa união é uma tendência que deve crescer cada vez mais”, analisa Marcelo França, CEO da Celcoin.

Uso de IA nas fintechs traz eficiência operacional e entrega customizada

De acordo com o relatório, a transformação digital baseada em ferramentas de análise de dados, machine learning, automatização de verificações de conformidade e monitoramento de transações está impulsionando a relação custo-eficácia no setor bancário.

“A análise de dados e a inteligência artificial permitem uma melhor compreensão do comportamento do consumidor e dos mercados financeiros, resultando na personalização de produtos BaaS de forma escalável e desenhada para atender às necessidades específicas de vários tipos de clientes – PF, PJ de todos os tamanhos e setores -, com facilidade e agilidade. No entanto, é importante que toda essa evolução ande de mãos dadas com a conformidade regulatória”, destaca Marcelo França, CEO da Celcoin.

A importância das APIs

Hoje fundamental na redução de custos, a computação em nuvem deverá perder espaço para as APIs. Em 2022, 56% dos dados estavam baseados na nuvem, enquanto que 44% já eram observados em APIs, e a previsão é que, em 2031, esse cenário se inverta e a manutenção de dados em nuvem perca espaço, passando a ser utilizada em 43% das ocasiões, enquanto que as APIs passarão a ser as mantenedoras de dados em 57% dos casos. A migração para o formato é uma busca para eliminar a necessidade de grandes investimentos iniciais em infraestrutura física.

As Interfaces de Programação de Aplicativos (APIs) marcaram o início de uma revolução nos serviços bancários e financeiros, especialmente nos Estados Unidos e na América Latina. Essas poderosas ferramentas permitem a transferência fluida de dados e funcionalidades entre diferentes sistemas, atuando como pontes digitais entre eles. No contexto bancário, as APIs desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento do conceito de Banking as a Service (BaaS), possibilitando uma ampla gama de produtos e serviços financeiros de última geração.

Um exemplo notável desse impacto é a transformação dos serviços de pagamento peer-to-peer, que agora são parte integrante de nossa vida cotidiana. No passado, as operações bancárias estavam limitadas a locais físicos e até mesmo os bancos digitais operavam isoladamente dentro dos domínios de instituições individuais. No entanto, a introdução de aplicativos de pagamento peer-to-peer, como Venmo, Cash App, Mercado Pago e PicPay, foi facilitada pela remoção das barreiras por meio do uso de APIs. Esses aplicativos utilizam APIs para oferecer aos usuários a capacidade de dividir contas, transferir fundos e efetuar pagamentos com extrema facilidade.

Um dos maiores benefícios proporcionados pelas APIs é o acesso simplificado aos dados bancários. Os bancos tradicionais disponibilizam APIs que desenvolvedores podem integrar de forma segura para acessar as informações da conta do usuário em tempo real. Isso significa que agora você pode verificar o saldo da sua conta, visualizar o histórico de transações ou iniciar uma transferência de fundos sem a necessidade de inserir manualmente os detalhes da conta e aguardar dias pela confirmação da transação. Graças às APIs, as transações financeiras são agora mais rápidas, confiáveis e convenientes.

Além disso, as APIs desempenham um papel crucial na melhoria da segurança das transações financeiras. Elas são projetadas com recursos de segurança robustos, uma vez que a cibersegurança é de extrema importância nos dias de hoje. Esses recursos incluem métodos de criptografia para proteger os dados em trânsito e mecanismos de autenticação que garantem que apenas indivíduos autorizados tenham acesso a informações financeiras críticas. Essas salvaguardas de segurança integradas são benéficas tanto para os bancos tradicionais quanto para as empresas fintech, permitindo que eles confiem a segurança de certas operações a provedores de APIs confiáveis. Isso reduz a carga de trabalho das instituições financeiras e aumenta a confiança dos consumidores nos serviços financeiros online.