Hurst inicia operação de investimentos ligados a pesquisa em ciência e desenvolvimento

A Hurst Capital anunciou o início de uma operação inédita com objetivo de impulsionar a pesquisa científica no Brasil. A fintech, especializada em ativos alternativos e pioneira em oferecer investimentos em precatórios, royalties musicais e obras de arte para pessoas físicas, acrescenta uma nova tese de investimentos de royalties ligados à pesquisa em ciência e desenvolvimento.

“Como a principal plataforma de investimentos alternativos do país, nos sentimos obrigados a olhar para os grandes problemas que nos levará ao mundo do futuro. Para isso, queremos ser a ponte entre o capital e os ativos ligados à ciência, arte e tecnologia. Com essa iniciativa, nós proporcionaremos o financiamento de pesquisas científicas. Temos estudado esse tema há cerca de um ano e percebemos que a Ciência no Brasil tem três problemas: (i) o financiamento público não é suficiente e deveria ser direcionado para a ciência pura, enquanto que o capital privado (que não há) deveria ser usado para a ciência aplicada; (ii) a fuga de cérebros para países em que há recursos disponíveis; e, (iii) um distanciamento entre pesquisa científica e mercado”, explica Arthur Farache, CEO da Hurst Capital.

O objetivo é montar um time especializado para originar operações de investimento em pesquisa científica, mitigando principalmente os riscos de mercado. Ou seja, apenas aprovar projetos que tenham viabilidade econômica clara e direta para que o investidor tenha seu dinheiro de volta. Com isso, a ideia é deixar para o poder público financiar projetos de mais longo prazo geralmente mais ligados à ciência pura.

A primeira operação será com a empresa especializada em biotecnologia, a BioGrowth, que cederá royalties de uma pesquisa científica por meio de equity crowdfunding, com o objetivo de desenvolver em laboratório uma técnica para produção, por biofermentação, de Coenzima Q10 (CoQ10), substância essencial para a respiração (produção de energia)  das células do corpo humano.

A operação terá duração de 43 meses e o aporte mínimo será de R$ 10 mil. A rentabilidade prevista é de 20,14% a.a. no cenário base. A projeção mais otimista é de retorno do 33,39% e a mais pessimista 13,45%. Os investidores receberão valores e, dentro do prazo estipulado, serão proprietários do protocolo de produção que está sendo criado. Assim, eles terão direito a tudo o que gerar receita, como o licenciamento para indústrias farmacêuticas do Brasil e do exterior.

“Os grandes problemas cujas soluções nos levarão para o mundo do futuro deveriam estar na agenda das grandes instituições. Enquanto isso, começamos pequeno e colocamos nosso jeito de estruturar. Damos o ponta pé inicial e tudo bem que depois entrem outros players”, diz Farache.

O segmento de biotecnologia está em plena ascensão. Estima-se que até 2025 ele movimentará US$ 610,9 bilhões (Industry ARC, 2021). É uma área cuja visibilidade aumentou durante a pandemia e o volume de investimentos cresceu desde então. Segundo a Global Market Insights, o mercado biofarmacêutico apresentará crescimento anual de 9,2% até 2027 e as tecnologias envolvendo fermentação, como a que está sendo desenvolvida pela BioGrowth, representaram, em 2020, um mercado de US$ 57 bilhões.

Esses dados justificam as razões para a Hurst iniciar uma operação no setor, mas não são as únicas. Conta também o fator tecnológico. A BioGrowth será a primeira empresa a deter a tecnologia de produção deCoQ10 no Brasil e melhor, com a perspectiva de um custo reduzido em relação às alternativas importadas, pois a matéria-prima para desenvolvimento e produção será a cana-de-açúcar, espécie vegetal abundante no País. A empresa conta com equipe experiente em processos de biofermentação e tecnologia proprietária da matéria-prima à produção final.

“Grande parte dos negócios em biotecnologia estão localizados no exterior e essa é a primeira oportunidade de investimento em uma pesquisa científica do segmento no Brasil. Além do que é também uma boa chance para diversificação da carteira com um ativo inédito e de grande potencial de retorno”, afirma Farache.

Segundo o Diretor de Operações da BioGrowth, Ivo Rischbieter Junior, a Coenzima Q10 já existe no mercado. É produzida por meio de outros processos e o Brasil precisa importar. Com o desenvolvimento e produção local a tendência é que o preço de medicamentos e suplementos à base da substância se tornem mais baratos e o risco de escassez diminua bastante, já que cana-de-açúcar é o que não falta no Brasil.

“É a primeira vez que adotamos esse modelo para captação de recursos e sei que se trata de uma operação inédita no Brasil. Ela conta com a inteligência de estruturação da Hurst e faz todo sentido para nós. Estamos muito confiantes porque nosso negócio é baseado em fermentação bacteriana, processo que dominamos totalmente e esse Know-How é o nosso lastro”, comenta o executivo da BioGrowth.