Associação de Crédito Digital faz campanha para combater golpes junto a fintechs

A Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) e suas associadas iniciaram nesta semana uma campanha que inclui a veiculação intensiva de orientações de segurança nas redes sociais e sites da entidade e das fintechs participantes para ajudar os clientes a não caírem em golpes.

Citando dados como os da Serasa Experian, segundo os quais a cada 8 segundos há uma tentativa de fraude no país, a entidade ressalta que o segmento de fintechs de crédito, que se consolidou e continua crescendo, também entrou no radar dos golpistas, que passaram a usar o nome de fintechs reais para oferecer falsos empréstimos, cobrar taxas inexistentes e desaparecer, deixando para trás um rastro de prejuízo.

“Estamos sempre atentos ao uso indevido dos nomes das fintechs de crédito e também da própria entidade, cujo selo de membro associado tem sido utilizado para dar veracidade a sites falsos e fraudulentos. No entanto, apenas o monitoramento e a denúncia de endereços eletrônicos e números de telefone envolvidos na prática criminosa não vem surtindo o efeito desejado, uma vez que os golpistas têm nas mãos uma infinidade de telefones celulares e endereços eletrônicos, que são substituídos com muita rapidez e facilidade”, afirma Claudia Amira, diretora-executiva da ABCD.

Thiago Gaspar, diretor financeiro e de operações da GYRA+, afirma que informação pode fazer a diferença. Ele relata que o nome e a identidade visual da fintech têm sido usados por fraudadores em sites e perfis falsos em redes sociais, que eles vêm sistematicamente derrubando, oferecendo crédito para pessoas físicas quando na verdade a instituição só atende pessoas jurídicas.

“As fintechs conquistaram uma visibilidade muito grande nos últimos dois anos, notadamente por causa da qualidade de seus serviços e segurança oferecida. O uso dos nomes dessas empresas em golpes tende a trazer prejuízo de imagem para o setor, uma vez que os clientes assustados podem acabar optando por migrar para outras fontes de financiamento”, completa Gaspar.

Entre as orientações de segurança que a campanha pretende reforçar estão:

  • A solicitação de qualquer pagamento para liberação de crédito já indica fraude, uma vez que a cobrança antecipada de pagamento é ilegal. Normalmente, os criminosos dizem que o valor se refere a um imposto, seguro ou mesmo uma taxa para melhorar o score de crédito. Nada disso existe.
  • As fintechs de crédito não costumam abordar os clientes via Whatsapp, ou seja, de forma ativa. Assim, é importante não responder a contatos nem clicar em qualquer link enviado sem solicitação.
  • Ofertas tentadoras e condições incríveis devem ser evitadas. Normalmente, elas precedem exigências que envolvem pagamentos ilícitos.
  • Antes de iniciar o contato com uma empresa é fundamental checar seus canais oficiais e fazer uma boa busca na internet para atestar sua seriedade. Vale procurar reportagens na mídia, pesquisar por reclamações em sites especializados e fóruns online.
  • Até ter total certeza de que se trata de uma instituição idônea, é preciso evitar o envio de dados pessoais e documentos que permitam a possíveis criminosos usar as informações para fazer empréstimos no nome de terceiros.  
  • Para os casos em que o golpe foi efetivado, a vítima deve denunciar o perfil na rede social em que o crime ocorreu e fazer um boletim de ocorrência. Caso algum pagamento tenha sido feito, é necessário entrar em contato com o banco e também com a instituição do beneficiário.