Criptomoeda atrelada ao petróleo é aposta da Venezuela para sair da crise

O governo da Venezuela anunciou ontem (21) o lançamento de sua moeda virtual chamada de Petro. Segundo matéria publicada pela revista Época Negócios, no ICO foram emitidos 82,4 milhões de tokens, mas o governo local afirmou que 100 milhões de unidades serão criadas. A expectativa é de que elas arrecadem um valor total de US$ 6 bilhões.

Os tokens têm como garantia as reservas de petróleo venezuelanas. A publicação afirma que essa é a primeira criptomoeda do mundo a ter commodities como garantia. De acordo com o texto, a partir dessa madrugada, potenciais compradores podem se registrar para a pré-venda.

A decisão de criar o Petro foi anunciada em dezembro pelo presidente Nicolás Maduro. A expectativa é de que a venda da criptoeda ajude a resolver o grave problema de liquidez que o país vem enfrentando. Em declaração, o presidente afirmou que o ativo vai ajudar a Venezuela a “avançar na resolução de problemas como soberania monetária, a fazer transações financeiras e a superar o bloqueio econômico”.

A revista pondera, no entanto, que para a oposição venezuelana o lançamento do Petro seria uma forma “ilegal de venda futura de petróleo” e diz que a criptomoeda é propícia para a corrupção.

O portal TI Inside abordou outro aspecto do lançamento. A publicação ressaltou o fato de que a nova moeda física criada pelo governo, o Bolívar Soberano, estará vinculado à moeda virtual Petro. Com base em informações do site de notícias espanhol ABC, a nota informa que o Petro também se tornará em uma unidade contábil. O presidente Maduro teria dito que a Venezuela terá uma segunda unidade contábil baseada no valor do Petro.