Fórum de Cidadania Financeira aponta fintechs como solução para pequenos negócios

Nos últimos cinco anos 61% dos empreendedores ligados a pequenos negócios não obtiveram crédito junto aos bancos. Essa foi uma das principais constatações da pesquisa “Financiamento dos Pequenos Negócios 2018”, realizada entre os meses de junho e agosto pelo Sebrae e apresentada na abertura do Fórum de Cidadania Financeira, em Brasília (DF).

O estudo mostra também que 86% das micro e pequenas empresas evitam buscar novos empréstimos. De acordo com nota enviada à imprensa, o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos disse que as altas taxas de juros, a burocracia e o excesso de exigências para tomar um empréstimo são como espantalhos que afugentam as pequenas empresas e impedem que elas busquem os recursos necessários para alavancar o negócio. “Na prática, os bancos só estão disponíveis para as médias e grandes empresas, que podem oferecer maiores garantias para os financiamentos”, comentou Afif.

Segundo o levantamento, as principais práticas adotadas para solucionar os problemas de caixa mais imediatos, dado que o sistema financeiro não oferece condições adequadas, são negociar o prazo de pagamento de faturas diretamente com os seus fornecedores (54%) e recorrer ao cheque pré-datado (26%).

A avaliação dos entrevistados em relação ao sistema bancário revela a piora dos indicadores. 61% dos seis mil empresários ouvidos acham o sistema ruim ou muito ruim, a pior avaliação desde 2013.

O Fórum teve como destaque na programação o painel “Pequenas Empresas e Digitalização” que teve como meta discutir a digitalização como uma possível solução à inclusão financeira sustentável de MEIs e pequenas empresas.

Maurício de Almeida Prado, diretor executivo do Plano CDE, foi mediador da conversa. Ele expôs os principais desafios encontrados pelas pequenas e médias empresas como meio de pagamento, gestão de negócio, acesso a crédito e escala com fornecedor.

Diante do cenário, segundo Prado, as fintechs podem complementar o ecossistema econômico. “As fintechs podem estar em um momento importante para melhorar os negócios, o pensar financeiro e a vida de milhares de empreendedores do Brasil”, disse.

Hugo Lumazzini Paiva, coordenador do Núcleo de Novos Negócios Digitais de Finanças do Sebrae Nacional, participou do painel com Bernardo Pascowitch, diretor da ABFintechs; e Breno Lobo, gerente do Projeto de Pagamentos Instantâneos do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central do Brasil.

Paiva ressaltou que a revolução das fintechs pode contribuir cada vez mais para pessoas físicas e jurídicas.