Após terem surgido com a proposta de desafiar os bancos tradicionais, apresentando modelos disruptivos e experiência 100% digital, as fintechs passaram para um estágio de cooperação e parceria. O passo seguinte é a busca por viabilização e eficiência. Este novo momento terá como marcas quatro características que são a diversificação de negócios, a padronização de pagamentos, as novas fronteiras de consumo e a continuidade de uma forte participação dos incumbentes.
A projeção foi feita pela diretora-executiva da Accenture, Edlayne Burr, na abertura da quarta edição do Fintech View, evento realizado ontem (8) em São Paulo pela Cantarino Brasileiro em parceria com o FintechLab.
De acordo com a executiva, as quatro características citadas já se mostram bastante presentes no ecossistema brasileiro. No que se refere à diversificação de negócios, ela citou como exemplo o Nubank, que começou como cartão de crédito e ampliou sua atuação para uma variada gama de produtos e serviços.
Com relação à padronização de pagamentos, Burr comentou que é um movimento que já vem ocorrendo, mas que vai se intensificar a partir da definição das regras e da estrutura para o funcionamento dos pagamentos instantâneos.
Ao falar da nova fronteira do consumo, o aspecto mencionado foi a entrada dos grandes varejistas e, mais recentemente, das empresas de telecom no ecossistema financeiro. Outra manifestação desta característica é a disseminação dos chamados super APPs, que se propõem a não fazer somente pagamentos, mas auxiliar os usuários no maior número de tarefas possível do seu dia-a-dia.
Finalmente, a palestrante tratou a colaboração das instituições tradicionais sob o título de “Novos velhos incumbentes”, mencionando iniciativas como InovaBra, Cubo, Iti e outras.
“Nossas fintechs começam a aparecer no cenário mundial de forma relevante e estas quatro características que impulsionarão o crescimento do mercado interno são as mesmas que estão alavancando o ecossistema fintech no mundo inteiro”, disse.
